sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pula a fogueira Yayá





“Trovação de Canturia”
 Juvenal Pais
(Segundo o Evangelho segundo Lucas 1:5 a 25 e versículos 57 a 80)



“Vô lová São João Batista
Que é de minha obrigação
Que fíio de Zacaria,
Fíio de uma rica famia
E não tinha uma produção.
Sua mãi Santa Isabé
Da descendência de Arão,
Êsse casar habitava
Em Jerusalém fazeno suas oração.
Zacaria recramava
Fazia recramação,
Queria tê um fíio
Pá gozá sua estimação.
Mais tava de idade avançada
Sem havê uma produção,
Chegô um belo dia,
Subiu Zacaria,
Subiu no tempro
Prá fazê sua oração.
Na direita do artar
Na hora de fazê omissão,
Apareceu um anjo,
Era o Miguer Arcanjo
O anjo da Anunciação,
Anunciando a Zacaria
O nascimento de São João.
Então Zacaria falô
Prô anjo e duvidô,
Nesta hora e ocasião,
O anjo arrespondeu
Não temas Zacaria
Largue de sê abusão,
Que eu sou anjo Gabrié,
Um anjo de tanta fé
Da bendita religião.
Zacaria de assustado,
Quase caiu no chão.
Zacaria você há de ficá mudo
Também há de ficá surdo
Enquanto num havê São João
Fonte: Araújo, Alceu Maynard - Folclore nacional Edições Melhoramentos, 1967.




Guardados e Achados


Festas Juninas - é a vez de São João







"São João, o santinho distraído, que estava dormindo e não sabia que aquele era seu dia, recebia do povo as rosas e os cravos, as graças e as ternuras das mãos inspiradas das sinhazinhas doceiras que criavam em sua homenagem os melhores doces brasileiros."Capelinha de melão,
É de São João,
È de cravo é de rosa,
É de manjericão


Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à Terra para comemorar. Mas nesse caso, diz a tradição, existe o sério risco de o mundo acabar pelo fogo.
São João está dormindo,
Não acorda não
Acordai, acordai
Acordai João..
.

São João é muito querido por todos, sem distinção de sexo nem de idade. Moças, velhas, crianças e homens o fazem de oráculo nas adivinhações e festejam o seu dia com fogos de artifício, tiros e balões coloridos, além dos banhos coletivos de madrugada. Acende-se uma fogueira à porta de cada casa para lembrar a fogueira que Santa Isabel acendeu para avisar Nossa Senhora do nascimento do seu filho.







Em festa de São João, na maioria das regiões brasileiras, não faltam fogos de artifício, fogueira, muita comida (o bolo de São João, principalmente nos bairros rurais, é essencial), bebida e danças típicas de cada localidade.






No Nordeste, por exemplo, essa festa é tão tradicional que no dia 23 de junho, depois do meio-dia, em algumas localidades ninguém mais trabalha.

As festas mais tradicionais acontecem em Caruaru, no estado de Pernambuco; Campina Grande, na Paraíba e Estância, em Sergipe, que começam em 31 de maio e vai até 10 de julho, com apresentação de bandas de música, grupos folclóricos, danças e rituais, venda de artigos artesanais típicos da região.




Enfeitam-se sítios, fazendas e ruas com bandeirolas coloridas para a grande festa da véspera de São João. Prepara-se a lenha para a grande fogueira, onde serão assados batata-doce, mandioca, milho, castanhas de caju, entre outras delícias.
O formato da fogueira varia de lugar para lugar: pode ser quadrada, piramidal, empilhada… Quanto mais alta, maior é o prestígio de quem a armou. A madeira utilizada também varia bastante: pinho, peroba, maçaranduba, piúva. Não se queimam cedro, imbaúba nem as ramas da videira, por terem uma relação estreita com a passagem de Jesus na terra.

As pessoas brincam e conversam junto à fogueira e combinam entre si para serem padrinhos, madrinhas e afilhados, como num batismo de São João.
Acende-se a fogueira e é hora de começar a festa.
Serve-se as bebidas e as comidas, principalmente o bolo de milho e o de aipim.

Arroz doce
Pamonha, quindim, canjica de milho verde, pé de moleque na palha da bananeira, e mais...
E o quentão como bebida principal.
..................................................................................

As labaredas crescem e, antes que os paus comecem a soltar chuva de fagulhas, aqueles que se prometeram como madrinhas e afilhados vão rodear a fogueira, por três vezes, repetindo o ritual, sempre que se cruzam, dão-se as mãos e falam:

“São João disse, São Pedro confirmou: você será minha madrinha (ou afilhada), que Nosso Senhor mandou. Viva São João e viva nós”.

Então tomam-se a bênção, e dessa noite em diante serão madrinha e afilhados enquanto viverem.

Moças e rapazes se dão as mãos e começam com as brincadeiras de roda, cantando e dançando.

Meu beija-flor – é um beijo só É um beijinho de amor - é um beijo só Minha mãe ‘stá me chamando - é um beijo só Diga a ela que eu já vou - é um beijo só ‘Stou tirando a gravatinha - é um beijo só Do moreno que chegou - é um beijo só

Ou ainda esta aqui, onde um puxa o canto enquanto os outros cantam o estribilho

Abra a roda, gente (Ó, siu, siu, siu) Vamos vadiar (Ó, siu, siu, siu) Cavalheiro roda a dama (Ó, siu, siu, siu) Cada qual em seu lugar (Ó, siu, siu, siu) Meu benzinho, de tão longe (Ó, siu, siu, siu) Que vieste cá buscar? (Ó, siu, siu, siu) Vieste me encher de pena (Ó, siu, siu, siu) E acabar de me matar (Ó, siu, siu, siu)

No auge da festa dá-se início à quadrilha, onde os pares se formam para festejar.

A cerimônia do batismo simbólico de São João Batista faz parte da tradição da festa, mesmo que ela tenha deixado de ser praticada em alguns lugares hoje em dia. Os devotos se dirigem ao rio cantando com entusiasmo:Vamos, vamos,
toca a marchar,
n'água de São João
vamos nos lavar.
Depois do banho coletivo, todos voltam para o terreiro cantando:
N'água de São João me lavei.
Toda mazela que tinha deixei!


A cerimônia do banho varia de uma região para outra. No Mato Grosso, em Corumbá, por exemplo, não são as pessoas que se banham nos rios, e sim a imagem do santo, reprisando a narração do fato bíblico quando São João batizou Jesus às margens do rio Jordão.




Após a cerimônia sagrada do banho, realizada no rio Paraguai, a multidão cai na folia, com músicas de ritmo frenético e carnavalesco, estouro de fogos e a distribuição de batida para esquentar a festa.

Na Região Norte, principalmente em Belém e Manaus, o banho-de-cheiro faz parte das tradições juninas. A preparação do banho de São João inicia-se alguns dias antes da festa. Trevos, ervas e cipós são pisados, raízes e paus são ralados dentro de uma bacia ou cuia com água e depois guardados em garrafas até o momento do banho. Chegada a hora da cerimônia, os devotos lavam e esfregam o corpo com esses ingredientes. Acredita-se que o banho-de-cheiro tenha o poder mágico de trazer muita felicidade às pessoas que o praticam.




As danças regionais, o som de violas, pífaros, rabecas e sanfonas, o banho do santo, o ato de pular a fogueira, a fartura de alimentos e bebidas - tudo isso transforma a festa de São João numa noite de encantamento que inspira amores e indica a sorte de seus participantes. No fim da festa, alguns pisam as brasas da fogueira para demonstrar sua devoção.
Este é um pequeno resumo das festas de São João, pois ainda se tem muito pra contar apesar de que, infelizmente, na maioria das cidades, os festejos juninos já perderam o encanto primitivo. As comemorações, antes feitas ao ar livre, recolheram-se aos salões. Aqui e ali uma fogueira, com crianças em redor acendendo uns foguinhos insignificantes e em alguns lugares ainda se dança uma quadrilha. Os balões estão proibidos para não causarem danos e incêndios, pois os tempos mudaram...

E... como numa festa de São João não pode faltar o bolo de Milho e o de Mandioca, temos aqui receitas de ambos:

- e do Quentão:
ingredientes:
50 gramas de gengibre em pedacinhos
1 maçã cortada em pedacinhos
1 garrafa de cachaça (600 ml)
casca de duas laranjas
cravo da índia à gosto
canela de pau à gosto
casca de um limão
600 ml de água
½ quilo de açúcar
Modo de preparo:
Ponha o açúcar, cascas de laranja, limão, o gengibre, o cravo e a canela em uma panela grande. Quando o açúcar estiver derretendo, despeje a cachaça e a água. Deixe cozinhar por 20 a 25 minutos em fogo médio. Filtre depois ponha a maça picadinha. Mantenha o quentão no fogo depois do preparo.

Blogachados perdidos - Blogagem Coletiva de iniciativa de
Zambeziana.









A Música, a Dança e o Folclore

Dança de São Gonçalo
Histórico:No Brasil o início do culto a São Gonçalo do Amarante data aproximadamente ,da época em que os primeiros portugueses chegaram no Brasil. Neste período Portugal voltava seus olhos para este Santo que havia falecido em 1262 e foi canonizado em 1561,que ainda não havia sido beatificado,mas que já havia muitos milagres atribuídos a ele.
O rei de Portugal D. João III, um grande devoto,foi um dos primeiros a empenhar-se para a beatificação de São Gonçalo em Roma.Em Portugal a sua festa é realizada em Amarante,no dia 7 de Junho.No Brasil fazem festa para o Santo oferecendo uma dança,Cerimônia que ocorre sempre, na maioria das vezes, por pagamento de promessa.
Há muitas Lendas sobre São Gonçalo,dizem muitos que a sua dança vêm do começo do Mundo.Dizem também que ele foi muito farrista ,e para pagar suas dividas,dançava a noite toda com pregos nos sapatos,dizem também que era muito alegre,gostava de tocar viola,e por meio dos versos ensinava a Religião.

Em algumas locais o Santo ( Imagem ) é representado da forma Católica , ou seja com a ausência da viola, no entanto as Imagens do Santo destinadas para o culto popular através da Dança de São Gonçalo é representada ,na grande maioria das vezes de duas maneiras:
1.São Gonçalo do Amará ( Amarante ):É representado à moda das vestimentas camponesa portuguesa da época, ou seja: calção preso pouco abaixo do joelho,meia preta ,bota braguesa (para andar em local úmido)chapéu na cabeça,capa azul nas costas e viola na mão.A justificativa encontrada para a representação do Santo com estas vestes ,deve-se ao período que estava em construção uma ponte na região onde viveu, ele ajudava na construção e após ia tocar viola para a conversão dos "pecadores", e não tinha tempo de trocar de roupa.

2.São Gonçalo Padre: É representado de batina,crucifixo no pescoço,chapéu de padre,sapatos(que não eram sapatos comuns, pois tinham pregos que furavam seus pés e servia de penitência durante a celebração de sua missa,onde cantava, tocava e dançava )
e viola.


As Imagens de São Gonçalo,na sua grande maioria, apresentam fisionomia de alegria,que segundo o povo era a marca registrada de São Gonçalo.Exemplo de um trecho de música que afirma a sua alegria:
"São Gonçalo está no artá,
com sua linda formusura,
quem beijá o São Gonçalo
tem a sarvação segura."
A Festa: São vários os nomes dados ao culto de São Gonçalo pelo Brasil:
Romaria de São Gonçalo,Voltas a São Gonçalo,Terço de São Gonçalo,Dança de São Gonçalo,Reza de São Gonçalo,Festa de São Gonçalo,Trocado para São Gonçalo,Roda de São Gonçalo.
A Festa se dá na maioria das vezes sobre o seguinte acontecimento: Uma pessoa faz uma promessa ,e em agradecimento a graça alcançada convida amigos, vizinhos ,parentes e músicos(violeiros) ,para realizar a Dança.Em alguns locais a Dança é realizada em áreas abertas localizadas pertos das casas(Terreiro), dentro de casas ou em Capelas.Sempre com um altar armado para o Santo.A Dança acontece seguindo alguns padrões de respeito obrigatórios:
* Só se pode dançar de frente para o Santo,mesmo saindo da Dança nunca ficar de costas para o Santo.
* Evitar conversas,risos,e demais barulhos .
* Deve-se cumprimentar o Santo ao sair da Dança,faz-se um Sapateado ,finalizando beijando o Santo,o Altar,ou as fitas que enfeitam o seu altar.
* Os violeiros ficam entre duas filas de dançarinos,uma de homens e outra de mulheres,lado a lado (a maneira desta organização pode variar,dependendo da Região do Brasil).
DICA - Na localidade de Marcelo, às margens do Rio Irapicuru, no município de Pindobaçu-BA, ainda existe uma Roda de São Gonçalo. É preciso reativá-la para futuras apresentações culturais. (Fernando Coelho)
Fonte: Brasil Folclore
http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/sao.htm

Viva Santo Antônio! Viva São João! Viva São Pedro! Viva São Marçal! E vamos dançar quadrilha...


SANTO ANTÔNIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO

As honras, no Ciclo Junino,são compartilhadas com mais fervor pelos três santos,
mas os mais antigos também louvam
São Paulo e São Gonçalo do Amarante.

Santo Antônio Casamenteiro

Antes de entrar na Ordem de Santo Agostinho e de São Francisco, ele era natural de Lisboa e se chamava Fernando de Bulhões. Na Ordem de São Francisco, em 1220, recebeu o nome de Antônio. Dedicou sua vida à caridade e ao amor , sendo canonizado pelo papa Gregório IX. Morreu aos 36 anos, em 13.06.1231, em Arcela, junto à cidade de Pádua. Foi elevado a santo antes de completar um ano de sua morte, ficando famoso como milagroso pelas graças alcançadas envolvendo o amor e o casamento.No Brasil, a primeira notícia que nos chega de Santo Antônio data de 1588, já que nos conventos dos franciscanos de Olinda havia culto dedicado ao santo. Há notícias que em 1595, a imagem chegou a Sergipe del Rei, numa nau capitânia de piratas. Esta imagem foi colocada na Igreja do Convento dos Franciscanos da Bahia.A identidade do povo com Santo Antônio se fez tão grande que foi natural o surgimento de ditos, piadas e versos contendo a irreverência do homem brasileiro.

"Santo Antônio pequenino
Amansador de burro bravo
Vem amarrar minha sogra
Que é levada do diabo"
"Santo Antônio me case já
Enquanto sou moça e viva
O milho colhido tarde
Nem da palha nem da espiga"


São João Batista, o anunciador de Cristo A data de seu nascimento é de 24 de junho. Filho de Isabel, esposa de Zacarias e prima de Maria, mãe de Jesus. Segundo a tradição, por milagre de Deus, Isabel e Zacarias geraram um filho, quando, pela idade, já nem pensavam mais que isto acontecesse. Para a Igreja Católica, a vinda deste filho teve um significado maior, o de preparar a vinda de Cristo. O João, como foi chamado, não só anunciou e preparou a vinda do Messias, mas o batizou nas águas do rio Jordão.Assim, quando se aproxima o dia do seu aniversário, é logo anunciado com o Acorda Povo - tradicional procissão, com danças e cânticos, às vezes profanos, que conduz a bandeira do santo, ao som de zabumbas e ganzás. Seu início é quase sempre a partir de zero hora e vai até o raiar do dia::-
Acorda meu povo,
vem ver a "acordação".
Acorda todo o povo
Que é primeiro de São João.

Os festejos de São João, entre nós, conforme Pereira da Costa, em Folk-lore pernambucano - subsídios para a história da poesia popular em Pernambuco, remontam aos primeiros anos da colonização, na primeira metade do século XVI , na narração do Fr. Vicente do Salvador, quando relata que os índios participavam dos festejos dos portugueses "com muita vontade, porque são muito amigos de novidades, como no dia de S. João Batista, por causa das fogueiras e capelas" Segundo ainda Pereira da Costa, os capelistas - homens e mulheres coroados de capelas de flores e folhas -, percorriam alegremente as estradas e ruas dos povoados, cantando toadas, dentre elas, a que possui o conhecido estribilho::-

Capelinha de melão
É de São João;
É de cravo, é de rosas,
É de manjericão.

Antigamente esses bandos de capelistas, além de percorrer as ruas alegremente, encaminhavam-se, de preferência, para o banho na Cruz do Patrão, no istmo de Olinda, "cujas águas, quer as de mar, de um lado, quer as do rio Beberibe, do outro, gozavam na noite de São João de particular virtude de dar felicidades e venturas" ou ainda na praia de Fora de Portas, lugar também preferido e assim, na ida para os banhos sanjoanescos, cantavam::-

"Meu São João,
Eu vou me lavar,
E as minhas mazelasirei lá deixar"
E na volta:
"Ó meu São João,
Eu já me lavei;
E as minhas mazelas
No rio deixei".

Além dos banhos, as fogueiras noturnas nas festas de São João, o anunciador, "crepitando em torno de uma bananeira e que constituem uma de suas características principais, vêm dos germanos e escandinavos, em honra de Freya, como refere Theóphilo Braga; e segundo Oliveira Martins, vinham já do tempo de Strabão, e constituiam o culto celtibérico por excelência". Como já foi dito, entre nós, a tradição de acender fogueiras em louvor a São João, nos foi legada pela Igreja Católica, divulgada pelos jesuítas e franciscanos.
São Pedro e São Paulo
Para encerrar o Ciclo Junino, encontramos São Pedro e São Paulo, os mais modestos nas comemorações do povo, e algumas referências colhidas por Fernando Augusto Gonçalves Santos são interessantes: "no dia 29, dedicado a São Pedro, só acende fogueira na porta quem se chama Pedro ou quem for viúvo. Isso já provoca uma grande diminuição na movimentação festiva e torna mais simples o encerramento do ciclo junino. Não tem São Pedro merecido a freqüência de versos irreverentes, o que o torna muito mais ligado ao aspecto religioso que ao festivo. Isto não impede, entretanto, que lhe seja dado o apelido de "porteiro do céu", impedindo que os manhosos e mentirosos entrem, no céu sem poder. Seu nome está ligado à devoção das viúvas, isto porque diz a tradição que teria sido viúvo também. Como foi pescador antes de seguir Jesus, é também santo dos pescadores."São Paulo está ao lado de São Pedro nesse fim de festa, como diz o professor Leduar de Assis Rocha, acrescentando que, segundo a tradição católica, foi um dos fervorosos combatentes de Jesus, perseguindo os seguidores do cristianismo nascente, até o dia em que Jesus, perguntando-lhe por que tanto o perseguia, falou-lhe ao coração, transformando-o no amigo fiel, incondicional servidor e divulgador da doutrina cristã.

QUADRILHA JUNINA
Ao lado do sentimento religioso que o Ciclo Junino desperta na população, também o sentido de "festa" se amplia com as brincadeiras, as superstições e sobretudo com a musicalidade e a dança, expressões nítidas e fortes no jeito de ser nordestino.As festas juninas têm início no dia 19 de março, dia de São José, justamente quando se dá o plantio do milho, cereal básico de toda a culinária do período junino. E a partir de então percebe-se a movimentação de artistas que se dedicam, como compositores e intérpretes, ao forró, xaxado, coco e ciranda, divulgando suas músicas, seus grupos de danças típicas e seus shows. Paralelamente ao trabalho dos produtores culturais, a juventude também inicia o natural burburinho de ensaios de quadrilhas - a dança típica do ciclo junino.

ORIGEM
Originária das velhas danças populares das áreas rurais da Normandia e da Inglaterra, a quadrilha chega ao Brasil através dos mestres franceses Milliet e Cavalier, como uma das danças de salão preferidas pela nobreza do século XVIII e XIX.O pesquisador Lula Gonzaga diz textualmente que a quadrilha "tornou-se uma das mais animadas danças de salão da Europa, nos Estados Unidos e no Brasil durante o século XIX. Esta dança palaciana teve gosto na França no século XVIII, sendo muito popular na era napoleônica. Foi registrada na Inglaterra em 1815 e em Berlim em 1820. A data desta manifestação no Brasil foi possivelmente em 1820, quando sua presença era notada em festas palacianas em várias comemorações e até no carnaval.No Brasil, os grupos da elite imperial, que procuravam acompanhar o gosto europeu em termos de moda, leitura, danças, e até comida, trouxeram o costume daquele continente no início do século XIX."Esses costumes popularizaram-se de tal forma e em toda a parte, que perderam um pouco de sua pose aristocrática, saindo dos salões palacianos para ruas e clubes populares.continua...

FIM DE FESTA
As opiniões divergem bastante, entre os pesquisadores e até entre os organizadores de quadrilhas, mas o que importa, e independente da evolução e dinâmica que hoje se detecta no Ciclo Junino, é que a Festa do Fogo ainda aglutina, ainda provoca o sentimento de comunidade, de integração e, o que é mais importante, o sentimento de alegria, onde a dança, os gestos, o sorriso, a música - seja ela eletrônica ou com orquestra tradicional - determinam o jogo, a brincadeira, tão necessários à alma do ser humano, seja numa representação caricatural, seja ela tradicionalmente vinculada à espontaneidade do homem do campo.

Fonte de informção::-http://www3.recife.pe.gov.br/especiais/brincantes/3g.html
Imagens::Google imagens

segunda-feira, 2 de maio de 2011

BANDO ANUNCIADOR DO TERNO DO CAROÁ


BANDO ANUNCIADOR DO TERNO DE REIS DO CAROÁ ( Segunda sexta-feira de Dezembro, às 18h00 - Sociedade Recreativa União e Recreio - Senhor do Bonfim - BA












CAROÁ NO SÃO JOÃO

CAROÁ NO SÃO JOÃO (Dia 23 de junho, 13h00 na Praça Lauro Farani Pedreira de Freitas, em frente ao Novo Leste Hotel. Traje: Caipira ou Lampião (homens) - Maria Bonita (mulheres)- Senhor do Bonfim - BA







CAROÁ NO CARNAVAL

CAROÁ NO PELÔ - (Segunda-feira de Carnaval, às 10h00 da manhã, no Largo do Pelourinho - Salvador - BA;








CAROÁ NA LAVAGEM DO BONFIM

I  -  CAROÁ NA LAVAGEM DO BONFIM (Segunda quinta-feira de janeiro) Pça. da Inglaterra,  às 08h00 da manhã - Comércio - Cidade Baixa - Salvador - Bahia; 



CAROÁ NA LAVAGEM DO BONFIM (1)


CAROÁ NA LAVAGEM DO BONFIM (2)


segunda-feira, 25 de abril de 2011

CAROÁ 2011 - TRAJE: Cangaço ou Caipira



Grupo Caroá na Estação Ferroviária Leste Brasileira
Senhor do Bonfoim - BA
 
Caroá no São João 2011
23 de junho (quinta-feira) - às 13h00 - Praça Lauro Farani Pedreira de Freitas - Em frente ao Novo Leste Hotel- Senhor do Bonfim-BA





É Lampa, é Lampa, é Lampa
É Lamparina é Lampião
Seu nome é Virgulino
E o apelido é Lampião...

-x-

Acorda, Maria Bonita!
Levanta, vai fazer o café
Que o dia já vem raiando
E a "poliça" já "tá" de pé...

-x-

Olê mulher rendeira
Olê mulher rendá
Tu me "ensia" a "fazê" renda
E eu te ensino a namorar...


O Caroá neste ano vai fazer uma homenagem à Maria Bonita, Dadá, Lídia e outras mulheres do cangaço e para isto vai contemplar a presença das mulheres no Grupo Caroá.

 

A PRESENÇA DAS MULHERES NO CANGAÇO


Desvantagens

1º) Não tinham as mulheres, a mesma resistência física dos cangaceiros, logo dificultavam a mobilidade dos grupos;

2º) Não participavam dos tiroteios (exceção de DADÁ), e quando esses aconteciam, eram uma preocupação a mais para os cangaceiros, para protegê-las;

3º) Quando estavam grávidas, ou iam parir, seus companheiros, inclusive, nestas circunstâncias, evitavam os tiroteios; e algumas vezes, tinham que deixá-las, sob os cuidados de alguns coiteiros;

4º) A criança recem nascida, chorava e alertava as volantes;

5º) Com a presença da mulher, passou a existir o ciúme, o adultério e a morte de cangaceiros envolvidos (caso de Lídia de Zé Baiano; Lili de Moita Brava, Cristina de Português e outras);

6º) A presença a mulher, tornou os grupos de cangaceiros, mais vulneráveis, uma vez que para fugirem da polícia, não podiam subir em grandes elevações (montanhas; pedras ), além de terem que diminuir a marcha;
ETC......

  

Vantagens

1º) As mulheres tornaram o cangaço menos violento, mais humanizado;

2º) Elas agiram em muitos momentos, sendo responsáveis por evitarem mortes desnecessárias (Exemplo: Maria Bonita e Dadá, assim agiram em diversas ocasiões);

3º) Cuidavam dos feridos, fazendo chás; cozinhando raizes/casca/folha de plantas etc

4º) Algumas costuravam, e se preocupavam com as roupas dos seus companheiros;

5º) Melhorou a higiene pessoal dos cangaceiros (banhos, uso de perfumes, roupas.etc

6º) Com a procriação, os cangaceiros deixaram seus descendentes;

7º) Diminuição das doenças venérias em componentes do bando, haja vista, que cada cangaceiro passou a ter uma parceira fixa, o que não acontecia antes de 1930;

8º) Contribuiram em muito, para a formação da estética do cangaço ( embornal; lenços; roupas; etc..). A cangaceira DADÁ foi considerada a estilista do cangaço.


  

CONCLUSÃO:

A PRESENCA DA MULHER NO CANGAÇO FOI IMPORTANTE, PELOS SEGUINTES MOTIVOS, dentre outros:

Em nenhum combate dos cangaceiros com a polícia, teve interferência das mulheres, para influir no mesmo, ou seja, elas participaram como ELEMENTO NEUTRO;

Se não fosse a participação das mulheres no cangaço, teriam morrido muito mais vítimas. Elas interferiram, em muitas ocasiões, salvando-as.Exemplo: caso do Promotor de Justiça de Água Branca/AL, O Dr. Manoel Cândido;

Com a participação das mulheres no cangaço, houve um recrudescimento, ou seja, uma diminuição, sobretudo na ocorrências dos CRIMES SEXUAIS, cometidos pelos cangaceiros. Em determinadas ocasiões, Lampião, sob a influência das mulheres, chegou a castigar determinados cangaceiros pela prática de tal ato;

Elas influenciaram, decisivamente, na ESTÉTICA DO CANGAÇO (confecção de roupas, chapéus, perneiras, embornal..etc..). Exemplo: a atuação da DADÁ.

A presença da mulher, humanizou mais o cangaço e seus integrantes;



Extraído do Blog Lampião Aceso

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


 



Um abraço a todos
IVANILDO ALVES SILVEIRA

Colecionador do Cangaço
Membro da SBEC